sexta-feira, 31 de maio de 2013

AS ARTIMANHAS DAS RODADAS INICIAIS DO CAMPEONATO BRASILEIRO

GOIÁS ESPORTE CLUBE 1 X 1 SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA, QUARTA-FEIRA, DIA 29/05/2013, ESTÁDIO SERRA DOURADA, GOIÂNIA, GO, CAMPEONATO BRASILEIRO 2013, SEGUNDA RODADA.

POR MOISÉS BASÍLIO

Início de campeonato tem lá suas artimanhas. As equipes ainda não estão completamente definidas em termos de elenco, como o Santos; algumas equipes ainda estão disputando competições paralelas, como Atlético Mineiro e Fluminense; algumas foram campeãs nos campeonatos regionais e estão na zona de conforto,  como Botafogo, Internacional, Vitória, Coritiba, Goiás; outras ainda perderam o título regional e terão que mostrar serviço para sua torcida, como o S. Paulo, Vasco, Flamengo, Grêmio e Cruzeiro.

Fazer muitos pontos nesse inicio de campeonato pode fazer a diferença na hora da onça beber água, para equipes consistentes, como foi o Corinthians de 2011, que nos dez primeiros jogos ganhou nove, empatou um e garantiu vinte e oito pontos na tabela e um aproveitamento de noventa e três porcento. 

Mas, também pode significar o tal ouro de tolo para quem ganha esses pontos em cima das fragilidades provisórias de seus adversários. Ou também, a expressão preconceituosa e de mau gosto, "cavalo paraguaio", cunhada e popularizada por setores da imprensa esportiva, para classificar campanhas como foi a do Galo mineiro no primeiro turno do Brasileirão do ano passado, ou a do Corinthians de 2007, que começou bem nos cincos primeiros jogos, com três vitórias, dois empates, aproveitamento de setenta e três porcento e que ao final do campeonato terminou na zona do rebaixamento. 

Como classificar o Corinthians nesse inicio de Campeonato Brasileiro de 2013? Estreou no brasileiro uma semana depois de conquistar seu vigésimo título paulista, mas também depois de ser eliminado injustamente da Copa Libertadores. Cumpriu no último mês uma sequência desgastante de jogos decisivos: Domingo, 28/4 - 4 x 0 Ponte Preta; Quarta-feira, 01/05, 0 x 1 Boca Juniors; Domingo, 05/05, 0(4) X 0 (3) S. Paulo; Domingo, 12/05, 2 x 1 Santos; Quarta-feira, 15/05, 1 x 1 Boca Juniors e Domingo, 19/05, 1 x 1 Santos. A esse histórico recente, junta-se a precária pré-temporada dos atletas principais do time devido à conquista do título mundial em dezembro, que atrasou às férias dos jogadores. Tudo isso para concluir que o time está mau preparado fisicamente. Para o jogo de hoje estão se recuperando, sem condições de atuar, os seguintes atletas do time titular: Renato Augusto, Alessandro, Paulo André e Danilo. Pato e Guerrero, atuaram mas com limitações físicas.

O técnico Tite gosta de usar dois conceitos ao comentar a arte do jogo de futebol em suas explicações: Intensidade e Efetividade. De forma simples a "intensidade" é a medida do volume de jogo de time durante a partida, e a "efetividade" seria os acertos da equipe nos fundamentos do jogo, principalmente não deixar o adversário marcar o gol e fazer o gol no adversário. 

O que garantiu ao Corinthians uma brilhante campanha em 2012 foi manter  maior intensidade nos jogos do que os seus adversários, aliando a isso a efetividade nos fundamentos de defesa, meio campo e ataque. No jogo contra o Goiás o time teve um primeiro tempo com baixas intensidade e efetividade. Dá para ver claramente o esgotamento dos atletas do time, que precisam retomar o condicionamento físico. Os jogadores corinthianos com muitas dificuldades em fundamentos básicos como o passe, o chute a gol, o domínio da bola e o posicionamento em campo. O Goiás com um esquema tático de forte marcação não deixou o Timão jogar e numa jogada de escanteio conseguiu abrir o placar.

No segundo tempo o dedo do treinador Alvinegro se fez sentir na mudança de posicionamento do meia Douglas em campo. Com o aumento de intensidade do meio campo corinthiano o time criou várias oportunidades de gol, mas nossos atacantes não estavam em noite feliz e assim sucessivamente Alexandre Pato e Paolo Guerrero perderam gols feitos. 

Mas, como água mole em pedra dura tanto bate até que fura e como o Goiás não conseguiu encaixar um bom contra-ataque, quase ao final do jogo o habilitoso Douglas joga a bola na área, Ralf briga pela pelota no meio da zaga e a bola cor de laranja do brasileirão acaba sobrando para o segundo volante Guilherme completar e fazer vibrar a galera mosqueteira com um gol sofrido. 

Prevejo que teremos dificuldade nas próximas três rodadas contra Ponte Preta em casa, Cruzeiro no Mineirão e Lusa em casa, pois o time está precisando reprogramar sua preparação física. Depois, durante o recesso para a Copa das Confederações, teremos o tempo necessário para colocar a casa em ordem, recuperando a resistência física do elenco. 



FICHA TÉCNICA - Fonte: Sítio AcervoSSCP: http://www.acervosccp.com/201333.htm
GOIÁS – CORINTHIANS 1-1
CAMPEONATO BRASILEIRO 2013 – 2ª RODADA 
DATA: quarta-feira, 29/05/2013
LOCAL: Estádio Serra Dourada, Goiânia, Goiás – Brasil
PÚBLICO: 31.074 pagantes
RENDA BRUTA: R$ 815.800,00
RENDA LÍQUIDA: não disponível
DESPESAS: não disponíveis
ÁRBITRO: Rodrigo Nunes de Sá.
ASSISTENTES: Wagner de Almeida Santos e Luiz Cláudio Regazone.
GOLS: 36’ Ernando, 86’ Guilherme.
CARTÃO AMARELO: Cícero, Renan, Rodrigo, Valmir e William Matheus; Emerson e Fábio Santos.
CARTÃO VERMELHO: 43’ Enderson Moreira.

  
GOIÁS: Renan; Vitor, Rodrigo, Ernando, William Matheus; Dudu Cearense (84’ Davi), Ramon, Thiago Mendes, Hugo (76’ Valmir Lucas); Walter e Araújo (81’ Renan Oliveira). Técnico: Enderson Moreira.


CORINTHIANS: Cássio; Edenílson (65’ Léo), Chicão, Gil, Fábio Santos; Ralf, Guilherme (89’ Willian Arão), Douglas; Romarinho, Emerson (57’ Paolo Guerrero); Alexandre Pato. Técnico: Tite.

domingo, 26 de maio de 2013

EM NOITE FRIA DE LUA CHEIA BOTAFOGO NÃO DÁ SOPA PARA O TIMÃO

SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA 1 x 1 BOTAFOGO FUTEBOL E REGATAS, SÁBADO, 25 DE MAIO DE 2013, ESTÁDIO DO PACAEMBU, SP, CAMPEONATO BRASILEIRO DE 2013, PRIMEIRA RODADA. 

POR MOISÉS BASÍLIO

Noite fria de outono, lua cheia e Pacaembu lotado. Hoje começa mais um Brasileirão e o Timão fez a sua estreia contra o tradicional adversário da estrela solitária. Jogo muito disputado e ao final um empate. Antes do jogo, à tarde, participei de um belo ato em homenagem à memória do militantes político Olavo Hanssen assassinado pela ditadura militar no mês de maio de 1970.

O ato ocorreu na histórica vila operária Maria Zelia, local onde Hanssen foi preso pela polícia da ditadura durante as comemorações do primeiro de maio daquele ano. Levado ao presídio do DEOPS, Hanssen foi torturado durante vários dias e depois seu corpo foi deixado na cercanias do bairro do Ipiranga. Na época, a denúncia de seu assassinato aos organismos internacionais contribuiu para questionar o governo da ditadura e hoje nos ajuda a resgatar a memória e cobrar justiça ao Estado brasileiro.


Vila Maria Zelia também de boas memorias para os corinthianos, pois foi lá que iniciou no futebol o grande atacante Luizinho, "o pequeno polegar", que nas décadas de 50 e 60 defendeu com brilho o Timão e foi o autor do gol que nos deu o título do Campeonato do IV Centenário da Cidade de S. Paulo e formou uma hábil linha de ataque mosqueteira com Claudio, "o gerente" e Baltazar  "o cabecinha de ouro". 

No Pacaembu encontrei com os amigos Victor e Maria, que moram em Taubaté, filhos dos meus padrinhos de casamento Edu e Marcia. Também junto com a Fiel, o amigo Toninho do Parque Santa Madalena, também padrinho de casamento,  e minha filha Luanda. Depois do jogo, com o Toninho e minha filha, fomos celebrar esse empate no festival de sopas do CEAGESP, onde saboreei a famosa sopa de cebola, minha preferida, e depois a sopa de creme de pinhão com cream cheese, a sopa de berinjela e a sopa de abóbora com carne seca. Só o Botafogo que não deu sopa para o Timão

Na foto: Toninho, Luanda, Moisés, Maria e Victor

Antes do jogo, deu-se a entrega das faixas aos Alvinegros campeões do estaduais de S. Paulo e Rio de Janeiro em 2013. No intervalo outra celebração. Vários jogadores campeões do Brasileirão de 1990 deram uma volta olímpica carregando o troféu conquistado em cima do Tricolor há quase 23 anos. 



O jogo começou com equilíbrio nas ações dos dois times. Mesmo jogando fora o Botafogo não adotou uma tática recuada. Bem postado em campo o Alvinegro carioca manteve forte marcação e bom toque de bola. Salta aos olhos a maestria do habilidoso Seedorf em armar as jogas e nos passes precisos para seus companheiros de equipe. 

E numa bela triangulação pela direita de seu ataque, a linha botafoguense consegue ultrapassar a zaga do Timão e a bola sobra para Seedorf acertar um cruzamento preciso para o meio da área, que encontra o Rafael Marques sozinho entre o lateral Edenilson e o zagueiro direito Gil, para fuzilar a meta defendida pelo grandalhão Cassio e abrir o marcador. 

O time do Corinthians tentava articular as jogadas, mas a forte e boa marcação do Botafogo neutralizava as ações dos mosqueteiros. Nosso centroavante Guerrero ficou isolado na frente e não recebia a bola. Pelos cantos do campo, Romarinho pela direita e Emerson Sheik pela esquerda pouco produziam pela forte marcação adversária. No meio, Danilo e Paulinho também estavam sufocados pela marcação. 

Quando conseguiu romper a boa marcação, como Emerson Sheik fez num contra-ataque a partir de uma bola roubada no meio de campo, o chute certeiro foi espalmado para linha de fundo pelo bom goleiro Jefferson, uma muralha embaixo dos três paus. 

No segundo tempo o Tite trocou Danilo por Douglas e Guerrero por Alexandre Pato. Depois ainda trocaria Paulo André por Chicão, que foi ovacionado pela Fiel ao regressar ao time principal. Tite justificou na entrevista coletiva ao final do jogo que o principal motivo das mudanças foi de ordem física. O time com um todo está muito cansado depois de disputar os Paulistão e a Libertadores. Outros jogadores também estavam em campo no seu limite. 

Como o Timão dirigido pelo Tite tem uma padrão tático de jogo, mesmo em péssimas condições físicas o time acaba rendendo alguma coisa. De início as alterações não renderam resultado, pelo contrário como o cansaço já pegara a maioria da equipe Alvinegra do Parque S. Jorge o ritmo de jogo diminuiu e o Botafogo manteve seu forte padrão de marcação. 

Porém, o craque Douglas que já estava causando burburinho na torcida pela perda constante de bolas para o adversário mostrou seu talento. Numa cobrança venenosa de falta da intermediária, Paulinho resvalou de cabeça a bola cor de laranja, por sorte a mesma bola ainda bateu no volante e ex-corinthiano Marcelo Mattos desviando sua trajetória e encanou o esperto goleiro Jefferson. 

Com o jogo empatado o Timão ainda tentou forçar uma virada. Mas já não tinha gás para isso e também o Botafogo reforçou a sua marcação. Aliás, o Osvaldo de Oliveira também fez alterações ofensivas, com Vitinho e Andrezinho. Com isso fez com que o Timão refreasse seu ímpeto de se jogar ao ataque de qualquer forma. 

Empatar com o Botafogo, mesmo jogando em casa, não foi um mau resultado. Esse time carioca vai dar muito trabalho nesse campeonato. A meta do nosso treinador Tite é fazer entre 10 e 15 pontos nos primeiros 5 jogos do campeonatos,  antes da pequena paralisação do campeonato para a Copa das Confederações, sendo que teremos 3 jogos em casa (Botafogo, Ponte Preta e Portuguesa) e dois jogos fora (Goiais e Cruzeiro). Para isso teremos que fazer a lição de casa e ganhar na próxima quarta-feira em Goiânia, para recuperar os dois pontos perdidos em casa. Vai Corinthians!
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FICHA TÉCNICA - Sítio AcervoSCCP: http://www.acervosccp.com/201332.htm
CORINTHIANS – BOTAFOGO 1-1
CAMPEONATO BRASILEIRO 2013 – 1ª RODADA 
DATA: sábado, 25/05/2013
LOCAL: Estádio Paulo Machado de Carvalho, São Paulo, São Paulo – Brasil
PÚBLICO: 31.155 presentes (29.295 pagantes + 1.860 não pagantes)
RENDA BRUTA: R$ 940.359,00
RENDA LÍQUIDA: não disponível
DESPESAS: não disponíveis
ÁRBITRO: Leandro Pedro Vuaden.
ASSISTENTES: Fabrício Vilarinho da Silva e Dibert Pedrosa Moisés.
GOLS: 25’ Rafael Marques, 73’ Paulinho.
CARTÃO AMARELO: Paulinho e Paulo André; Antônio Carlos.


CORINTHIANS: Cássio; Edenílson, Gil, Paulo André (75’ Chicão), Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo (45’ Douglas); Romarinho, Emerson; Paolo Guerrero (45’ Alexandre Pato). Técnico: Tite.


BOTAFOGO: Jefferson; Lucas, Antônio Carlos, Bolívar, Júlio César (82’ Lima); Marcelo Mattos, Gabriel, Fellype Gabriel (71’ Vitinho), Lodeiro (79’ Andrezinho), Seedorf; Rafael Marques. Técnico: Osvaldo de Olive
ira.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

CAPÍTULO FINAL: VIGÉSIMO SÉTIMO TÍTULO E AS LEMBRANÇAS DO PRIMEIRO

SANTOS FUTEBOL CLUBE 1 X 1 SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA, DOMINGO, 19 DE MAIO DE 2013, ESTÁDIO URBANO CALDEIRA, SANTOS, SP, CAMPEONATO PAULISTA DE 2013, SEGUNDO JOGO DA FINAL 

POR MOISÉS BASÍLIO


Gosto do Paulistão, mas tenho que reconhecer que é um título menor hoje em dia. Já teve seus tempos de glórias e nas prateleiras de troféus do Parque São Jorge é possível resgatar essa memória. Sempre que posso fico horas observando os troféus e absorto imagino a história de como cada um deles foram ganhos. 

Cada troféu é o símbolo de uma conquista. E a primeira grande conquista corinthiana foi o Campeonato Paulista de 1914, há 99 anos, em pleno início da Primeira Grande Guerra Mundial. Futebol amador e sem a força de mídia dos dias atuais, provavelmente o título foi comemorado somente por um pequena e vibrante torcida alvinegra depois da vitória do S.C. Corinthians por quatro a zero sobre o Campos Elyseos, no domingo, oito de novembro de 1914,  no campo do Parque Antártica, que na época fora confiscado pelo governo do antigo Germânia, atual Pinheiros, clube da colônia alemã em S. Paulo, por conta da guerra.

O jornal O Estado de S. Paulo, que em sua primeira página trazia notícia da grande guerra, fez o seguinte relato do jogo, na página 4 de sua edição da segunda-feira, 9 de novembro de 1914: 

"LIGA PAULITA DE FOOT-BALL - CAMPOS ELYSEOS VERSUS CORINTHIANS - Apesar do mau tempo, com boa concorrencia, realisou-se hontem no Parque Antartica, o 'return'-match Campos Elyseos-Corinthians para a disputa do campeonato deste ano. A's 16 horas e poucos minutos, o sr. Eskdren do Germania, chamou os contendores ao campo, cabendo a escolha ao Campos Elyseos. dada a sahida, o Corinthians avançou velozmente e Neco, escapando com a bola, da sua extrema shoota violentamente em goal; Baptista defende porém fracamente; Approveita Apparicio esta opportunidade e com um bellisimo kick marca logo no primeiro minuto de jogo o primeiro ponto pra o seu team. 
Recomeçada a luta o Campos Elyseos em bellos passes, avança resolutamente para o goal adversario sendo impedido por Bianco, que salva em 'coner', o qual batido não surte effeito. Estabelece-se, por algum tempo, renhida luta no centro do campo"...

E nesse compasso o texto narra todo o jogo que termina o primeiro tempo com o placar de um a zero. No segundo tempo o Corinthians joga muito melhor e aplica uma sonora goleada de quatro a zero, com mais três gols que saem dos pés de Neco, Police e Peres. 




Nosso primeiro troféu do futebol
(Foto: Arquivo Victor Hugo)
Fonte: Memorial do Corinthians - Sítio Todo Poderoso Timão

Noventa e nove anos depois o Timão conquista mais um campeonato paulista e leva o vigésimo troféu do Paulistão para o Parque S. Jorge, com méritos. Durante todo o campeonato o Timão foi superior aos seus adversários. Parte do campeonato jogou com o time reserva. No início do campeonato por conta da pré temporada e depois por conta da Copa Libertadores. 

No balanço final o Timão não perdeu nenhum clássico e só teve duas derrotas durante todo o campeonato, para a Ponte Preta, com o time reserva, no início da fase de classificação e para o Linense, também com time reserva, na parte final. Com o time reserva também obteve muitos empates, mas quando foi necessário o time titular buscou bela vitórias.

No jogo final contra o Peixe, na Vila Belmiro, o Mosqueteiro foi o dono da partida. Jogando na casa do adversário não teve medo e jogou com desenvoltura. Dominou o jogo, criou muitas oportunidade de gol e mesmo saindo atrás no placar, não se apavorou, e nem deu tempo para desesperar os torcedores, pois logo conseguiu o empate numa primorosa joga de ataque que culminou com uma precisa conclusão do nosso Zidanilo.

Se cada conquista tem uma história e sua marca, o vigésimo sétimo titulo vai ficar na memória como aquele que tirou do Santos a possibilidade de conquistar o tetra campeonato paulista. 
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FICHA TÉCNICA - Fonte: Sítio do AcervoSCCP - http://www.acervosccp.com/201331.htm 
SANTOS – CORINTHIANS 1-1
CAMPEONATO PAULISTA 2013 – FINAL
DATA: domingo, 19/05/2013
LOCAL: Estádio Urbano Caldeira, Santos, São Paulo – Brasil
PÚBLICO: 14.740 pagantes
RENDA BRUTA: R$ 867.256,62
RENDA LÍQUIDA: não disponível
DESPESAS: não disponíveis
ÁRBITRO: Guilherme Ceretta de Lima.
ASSISTENTES: Marcelo Carvalho Van Gasse e Danilo Ricardo Simon Manis.
GOLS: 26’ Cícero, 28’ Danilo.
CARTÃO AMARELO: Arouca e Renê Júnior; Cássio, Edenílson, Fábio Santos e Romarinho.

SANTOS: Rafael; Bruno Peres, Edu Dracena, Durval, Léo; Renê Júnior (77’ Patito Rodríguez), Arouca, Felipe Anderson, Cícero; André (57’ Miralles) e Neymar. Técnico: Muricy Ramalho.

CORINTHIANS: Cássio; Alessandro, Gil, Paulo André, Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo; Romarinho (75’ Alexandre Pato), Emerson (58’ Edenílson); Paolo Guerrero (82’ Douglas). Técnico: Tite.

[Com este resultado, o Corinthians faturou o Campeonato Paulista pela 27ª vez, aumentando a vantagem para os rivais Palmeiras, segundo maior vencedor com 22 taças, e São Paulo e Santos, com 20 cada um. A conquista foi dedicada à torcida corinthiana. Ao final do duelo, Tite correu em direção aos torcedores, bateu no peito e fez uma saudação. Segundo o técnico, foi um gesto de gratidão pelo apoio recebido após a queda quatro dias antes nas oitavas de final da Copa Libertadores. “Retribuímos o carinho. Quando fomos desclassificados da forma como foi, lutando, eles reconheceram”, disse Tite, que ganhou pela primeira vez a competição Estadual. O feito ainda impediu que o Santos faturasse o tetracampeonato consecutivo e o igualasse o Paulistano, vencedor entre 1916 e 1919. Palmeiras, em 1963, e São Paulo, em 1970, já tinham evitado um tetra santista. O ponto negativo da final ocorreu aos 85 minutos. Alguns torcedores do Timão acenderam sinalizadores e a partida foi interrompida por dois minutos. Desde a morte causada em Oruro, na estreia do time na Libertadores, o uso de sinalizadores dentro dos estádios no Brasil foi proibido.] - Fonte: AcervoSCCP - http://www.acervosccp.com/201331.htm 

domingo, 19 de maio de 2013

A FIEL E SEU TIME VIVERAM UMA NOITE DE GLÓRIAS

S.C. CORINTHIANS PAULISTA 1 X 1 CLUBE ATLÉTICO BOCA JUNIORS
 - QUARTA-FEIRA, 15/05/2013, 22H00, ESTÁDIO DO PACAEMBU, SÃO PAULO, COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA 2013, OITAVAS DE FINAL.


POR MOISÉS BASÍLIO

Árbitro ladrão faz parte do jogo? Falta de sorte faz parte do jogo? Se essas coisas fazem parte do jogo, eliminação do Timão também faz parte do jogo, e ponto final. 

Pois foi isso que aconteceu na noite de quarta-feira no jogo de volta contra o Boca no Pacaembu, uma mistura de falta de sorte e uma atuação duvidosa do árbitro paraguaio Carlos Amarilla e seus ajudantes de linha. Mas também há que se reconhecer que o time do Boca não é tão "meia boca" assim, como muitos profetizaram antes dos dois confrontos. Ouvi e li de muita gente da crônica esportiva de que esse era o pior Boca de todos os tempos. Gente que fez seus comentários sem ver um único jogo do time argentino, e se baseando tão somente na péssima posição que a equipe ocupa no campeonato argentino. 

Mas o Boca é o Boca e tem uma camisa. Alguns times são assim, possuem uma tal mística que faz com que qualquer jogador cabeça de bagre ao vestir o seu manto sagrado se transforme em um craque. O Boca também tem um técnico hábil no jeito de armar uma equipe e experiente em jogos de mata-mata. Acho até que o elegante senhor Carlos Bianchi, que na Argentina é chamado de El Bruxo, tem pacto com o "Coisa-Ruim", e que por isso não perde para time brasileiro. Como Deus é brasileiro é uma forma dele provocá-lo, mas como o Criador tem mais o que fazer vai deixando o Bianchi ganhar. 

Esse segundo jogo começou muito tenso. O Boca não se intimidou em jogar na casa do adversário e tocava a bola com calma. O Timão é que aparentava certo nervosismo nos primeiros minutos do jogo. Da arquibancada verde fiquei numa posição privilegiada para ver o craque Riquelme fazer chover em campo. Mesmo sem condições físicas ideais o Roman deu uma aula de bola, com passes precisos, bom posicionamento tático e o chute certeiro que matou o goleiro Alvinegro.

Um lado masculino de uma família assistia ao jogo do meu lado esquerdo: - Um pai, um filho de seus quinze anos, outro com cerca de dez anos e um outro com cerca de sete anos. O pai fumava como um caipora e o filho maior torcia como um possesso, quase foi as vias de fato com um torcedor que gritara gol antes da hora. Como a bola não entrou, o possesso, achou que o outro havia gorado o gol.  Quase não consegui ver direito o gol do Riquelme, pois os dois, pai e filho, me perguntavam se no rádio havia cometários sobre a validade do gol anulado do Romarinho. Sem pensar direito, com os olhos vidrados no jogo disse o que eles queriam ouvir e ao mesmo tempo a bola encobria o grandalhão Cássio. 

O jogo ficou do jeito que o Boca queria. Na arquibancada já se ouvia que o time precisava fazer agora três gols para se classificar. E em campo a equipe comandada por Tite não se intimidou e foi buscar o resultado, mas o primeiro tempo terminou com El Bosteros em vantagem. 

Diferente do que narrava o saudoso e lírico locutor de rádio Fiori Giglioti, cujo bordão era: - Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo. Na arquibancada, quando começa o segundo tempo, descem os bandeirões das torcidas organizadas e a gente fica os primeiros cinco minutos sem ver o espetáculo. Mas, logo que sobem os bandeirões pude ver com clareza o belo gol de cabeça do volante Paulinho. A galera explode em felicidade. 

Agora parece que a virada vai acontecer. O time está aceso e incendeia a torcida que canta e vibra como nunca. Quatro minutos mais tarde nova jogada perigosa dentro da pequena área e Paulinho consegue por a bola no fundo da rede dos "bosteros". O grito de gol sai do fundo da alma e quando vou armar o pulo, junto com a massa de torcedores, vejo que o tento foi anulado. 

E outro bordão do Fiori Giglioti vem de novo à mente: - "O tempo passa..." E o tempo foi passando numa velocidade alucinante e o time do Boca fechadinho não dava margem para o perigo. Ainda teve tempo para um boa jogada que por falta de sorte o Pato furou e não conseguiu estufar as redes do seguro e brilhante Orión.

E aos quarenta minutos do segundo tempo a voz do velho Fiori Giglioti, que lá da morada dos deuses do futebol continua a narrar os jogos do Corinthians diz: - "Aguenta coração!" Foi quando a Fiel começou a entoar o hino do Corinthians com os braços levantados e batendo palmas. Comoção instantânea em campo. O jogo ia terminando e o canto da Fiel animava o lotado Pacaembu. Acabou o jogo e o canto ficou ainda mais forte, ninguém arreda o pé do seu lugar e canta, canta, canta, canta... Cantando e vibrando a Fiel e seu Time se encontram e juntos se despedem da Libertadores 2013 e vivem uma noite de glórias. 

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Ficha Técnica - Fonte: Sítio AcervoSCCP: http://www.acervosccp.com/201330.htm
CORINTHIANS – BOCA JUNIORS 1-1
COPA LIBERTADORES 2013 – OITAVAS DE FINAL 
DATA: quarta-feira, 15/05/2013
LOCAL: Estádio Paulo Machado de Carvalho, São Paulo, São Paulo – Brasil
PÚBLICO: 38.445 presentes (36.319 pagantes + 2.126 não pagantes)
RENDA BRUTA: R$ 2.709.112,50
RENDA LÍQUIDA: não disponível
DESPESAS: não disponíveis
ÁRBITRO: Carlos Amarilla (Paraguai).
ASSISTENTES: Rodney Aquino e Carlos Cáceres (ambos do Paraguai).
GOLS: 24’ Riquelme, 50’ Paulinho.
CARTÃO AMARELO: Alessandro, Emerson e Paulinho; Blandi, Orión e Marin.


CORINTHIANS: Cássio; Alessandro (45’ Edenílson), Gil, Paulo André, Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo (74’ Douglas); Romarinho (45’ Alexandre Pato), Emerson; Paolo Guerrero. Técnico: Tite.


BOCA JUNIORS: Orión; Marin, Caruzzo, Burdisso, Clemente Rodríguez; Erbes (79’ Bravo), Somoza, Erviti, Sánchez Miño; Riquelme (67’ Viatri) e Blandi (83’ Zárate). Técnico: Carlos Bianchi.

"Com este resultado, o Corinthians foi eliminado nas oitavas de final da Copa Libertadores pela quinta vez, repetindo as campanhas de 1991, 2003, 2006 e 2010. Não conseguiu devolver o revés de 1-0 sofrido na ida e foi eliminado pela quarta vez por um argentino. Os jogadores reclamaram da arbitragem do paraguaio Carlos Amarilla, que anulou um gol legítimo de Romarinho e ignorou um pênalti após Marin cortar um chute de Emerson com a mão. Logo depois Riquelme abriu o placar para o Boca Juniors. Na etapa final, aos 54 minutos, Paulinho teve outro gol anulado, aumentando a insatisfação com o árbitro. Ao final do jogo, os torcedores aplaudiram e reconheceram o esforço corintiano. Cantaram o hino do clube e demoraram a deixar o Pacaembu. Em oito jogos, o Timão teve quatro vitórias, dois empates, duas derrotas, 11 gols marcados e quatro sofridos. De um total de 38 participantes, foi o 11º colocado na competição." (Texto do Blog AcervoSCCP - http://www.acervosccp.com/201330.htm)

terça-feira, 14 de maio de 2013

UM JOGO DA FINAL

S.C. CORINTHIANS PAULISTA 2 X 1 SANTOS F.C. - DOMINGO, 12/05/2013, 16H00, ESTÁDIO DO PACAEMBU, SÃO PAULO, CAMPEONATO PAULISTA 2013, PRIMEIRO JOGO DA FINAL.

POR MOISÉS BASÍLIO

Final de campeonato é sempre um jogo de emoções e complicações para quem vai ao estádio. Acaba a rotina dos jogos comuns e ir ao campo se torna um desafio e uma aventura com várias histórias dentro da história da partida. 

Primeiro tem que se chegar mais cedo para evitar as filas e poder pegar um lugar razoável na arquibancada. Depois é enfrentar os alto preços. No jogo de hoje os donos dos estacionamentos aproveitam para aumentar o preço. Ouvi comentários de que os flanelinhas chegaram a cobrar oitenta reais para deixar você estacionar o seu carro na rua. 

Para evitar esse tipo de contra-tempo, deixei o carro bem distante do Pacaembu e aproveitei para fazer uma caminhada. Descendo a via que vai da Doutor Arnaldo até o estádio vi uma cena deplorável. Um grupo de jovens corinthianos, com camisetas de torcida organizada, paravam os vendedores de cerveja e perguntavam se estava gelada. O vendedor respondia afirmativamente, ao de o interlocutor chegava perto da caixa de isopor e dizia que iria pegar uma para confirmar a veracidade da resposta. Pegava e abria a cerveja e saia como quem não quer nada sem pagar. O vendedor desesperado ia atrás, mas seus comparsas cercavam o pobre coitado e ameaçavam fazer o mesmo. Indignado o comerciante fugia para não perder o resto de sua mercadoria.

Junto comigo, sem poder fazer nada diante daquele bando estava um japonês todo paramentado com a indumentaria do Timão. Compartilhamos ali, na via pública, nossos sentimentos de impotência e indignação. O japonês de meia idade me confidenciou que é um assíduo frequentador dos jogos do Corinthians há mais de 40 anos e que foram também na final do mundial de clubes no Japão. A toda hora clamava por justiça, enquanto os rapazes afanavam mais um cerveja. Lembrava que no Japão isso não acontecia e cobrava de alguém providências. 

Como quem madruga, deus ajuda, cheguei cedo e não peguei fila para entrar na arquibancada verde. Subi os degraus até encontrar um lugar aprazível para ver o jogo. Quando pensei que estava tudo tranquilo o burburinho se alastrava no corredor superior das arquibancadas do Pacaembu. Deu para ver um homem um sujeito baixo e meio gordinho, de meia idade, atacando com socos um jovem, mestiço de oriental. A turma do deixa-disso aportou a briga e o jovem, lambendo as feridas fungava ressentido num canto, enquanto o agressor se escondia no meio da multidão todo garboso. Quando os policiais militares chegaram nada conseguiram apurar. 

Do meu lado dois rapazes comentavam sobre a violência e um deles relatou uma história que ele vivenciara no Pacaembu ainda num jogo desse Campeonato Paulista. Ele e sua namorada chegaram em cima da hora e a arquibancada já estava lotada. Na procura de dois lugares viram um vazio, mas quando chegaram perto um sujeito estava sentado de forma a tomar o acento de várias pessoas. Pediram licença, mas o sujeito disse que estava guardando lugar. Como o espaço era grande, resolveram sentar mesmo assim. O sujeito então veio e sentou-se atrás da sua namorada numa posição de "encoxar". Na hora o rapaz, segundo suas próprias palavra, ligou o automático e engatou um murro na cara do sujeito. Um grupo de amigos que presenciou a cena, indignados com a audácia e o desrespeito do sujeito contra a mulher alheia, também partiram para a agressão. Então, no meio da confusão, pegou sua namorada e foi sentar no outro canto da arquibancada. 

E é assim, no meio da história de um jogo acontecem muitas outras histórias. Mas, vamos ao jogo. Em campo a história do primeiro tempo do Corinthians foi primorosa, pois dominou completamente o adversário, criou várias oportunidades de gol, não sofreu perigo e acabou  ganhando o primeiro tempo pelo placar mínimo, num gol do brilhante Paulinho. E não foi mais porque, como costume dizer nosso técnico Tite faltou efetividade ao concluir para o gol. Outros dizem que falta qualidade técnica aos atacantes corinthianos. Digo que faltou sorte, ou que os deuses do futebol aprontaram mais uma das suas. 

No segundo tempo o time Mosqueteiro cansou e também procurou se poupar para o jogo contra o Boca no meio da semana. Do lado santista, as substituições surtiram efeito, principalmente a entrada de Felipe Anderson, que deu maior poder de fogo para o ataque praiano pelo lado direito. Mesmo assim, quem dominou praticamente todo o jogo nesse tempo final foi o Timão. O Santos achou um gol de bola parada quase ao final da partida e se manteve vivo na competição, posto que se perdesse de dois a zero as chances de virar na Vila Belmiro seriam remotas. 

Domingo que vem a história do Paulistão 2013 terá o seu capítulo final. Que vença o Timão!
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Ficha técnica - Fonte: Sítio AcervoSCCP - http://www.acervosccp.com/201329.htm
CORINTHIANS – SANTOS 2-1
CAMPEONATO PAULISTA 2013 – FINAL
DATA: domingo, 12/05/2013
LOCAL: Estádio Paulo Machado de Carvalho, São Paulo, São Paulo – Brasil
PÚBLICO: 38.505 presentes (36.306 pagantes + 2.199 não pagantes)
RENDA BRUTA: R$ 1.497.642,00
RENDA LÍQUIDA: não disponível
DESPESAS: não disponíveis
ÁRBITRO: Wilson Luiz Seneme.
ASSISTENTES: Emerson Augusto de Carvalho e Anderson José de Moraes Coelho.
GOLS: 41’ Paulinho, 74’ Paulo André, 81’ Durval.
CARTÃO AMARELO: Paulo André; Cícero e Léo.


CORINTHIANS: Cássio; Alessandro, Gil, Paulo André, Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo; Romarinho (72’ Edenílson), Emerson; Paolo Guerrero (72’ Alexandre Pato). Técnico: Tite.


SANTOS: Rafael; Bruno Peres, Edu Dracena, Durval, Léo; Renê Júnior, Marcos Assunção (45’ Felipe Anderson), Arouca, Cícero; Miralles (45’ André) e Neymar. Técnico: Muricy Ramalho.

domingo, 5 de maio de 2013

O DOCE SABOR DA VITÓRIA: RUMO AO 27º TÍTULO DO PAULISTÃO


SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE 0 (3) X 0 (4) SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA, DOMINGO, 05/05/2013, 16H00, ESTÁDIO DO MORUMBI, CAMPEONATO PAULISTA 2013, SEMI-FINAL. 

POR MOISÉS BASÍLIO

O Paulistão 2013 vai chegando em sua reta final. É um campeonato centenário, que teve a sua primeira edição em 1902 e nesse ano completa a sua 112ª edição. Sofreu varias alterações ao longo dos anos. Começou como competição amadora e assim foi nas suas três primeiras décadas. Depois com o profissionalismo instaurado na década de 30 do século passado, junto com o campeonato carioca, tornou-se a principal disputa do futebol brasileiro.

Mas, só no Campeonato Paulista jogaram, foram campeões  e artilheiros os quatros maiores jogadores do futebol brasileiro de todos os tempos: Arthur Friedenreich - El Tigre - que foi artilheiro paulista nove vezes (1912, 14, 17,18, 19, 21, 27, 28 e 29) e campeão paulista sete vezes (1918, 19, 21, 26, 27, 29 e 31); Leonidas da Silva - O Diamante Negro -, campeão paulista cinco vezes (1943,45, 46, 48 e 49); Pelé, artilheiro paulista onze vezes  (1957, 58, 59, 60, 61, 61, 63, 64, 65, 68 e 73) e campeão paulista dez vezes (1958, 60, 61, 62, 64, 65, 67, 69 e 73); Ronaldo Fenômeno, campeão paulista de 2009.


Foto anos 60: Leonidas, Frieddenreich e Pelé

No próximo fim de semana mais uma final entre os alvinegros do Parque São Jorge e da Vila Belmiro. Na história do Paulistão os alvinegros já disputaram quatro finais.

Com uma vitória de 5 a 2 sobre o Santos, o Timão foi campeão paulista de 1930. Os peixeiros deram o troco em 1935, com uma vitória de 2 a 0 sobre o Mosqueteiro. Em 2009 foi a vez do Corinthians de Ronaldo Fenômeno ser Campeão Paulista com uma vitória de 3 a 1 na Vila famosa e um empate de 0 a 0 em São Paulo. O Santos de Neymar deu novamente o troco em 2011 e se tornou Campeão Paulista com um empate de 0 a 0 no Pacaembu e uma vitória de 2 a 1 na Vila Belmiro. 

Mas, para chegar nessa decisão tivemos que passar pelo São Paulo, time de melhor campanha no campeonato e que teve a vantagem do mando de jogo. Uma vantagem questionável, ´pois desde de 2007, seis anos, o Timão não perde no Morumbi. 

Foi um jogo de futebol muito pegado no meio de campo. Ninguém queria perder e por isso abdicaram do esforço de ganhar. A movimentação tática em campo foi medida com precisão por cada um dos treinadores e seguida à risca pelos jogadores. 

A marcação forte dos dois lados fez do jogo um espetáculo fraco. Os jogadores se preocuparam mais com a catimba do que em acertar as jogadas. Brigavam por cada centímetro quadrado de domínio da posse de bola no gramado. Muita reclamação entre os jogadores e também com o árbitro a cada marcação de falta. 

Levar o jogo para a decisão nos pênalti suaviza um pouco a derrota. Dá aquele ar de derrota moral. E finalmente o jogo foi parar na disputa lotérica dos pênaltis. Parabéns para Douglas, Romarinho, Fabio Santos e Alexandre Pato que marcaram os gols da nossa classificação. Solidariedade ao Alessandro por ter chamado a responsabilidade para si, batido e perdido o pênalti. 

O goleirão Cássio, como já aconteceu nas finais do ano passado cresceu e foi bem na defesa dos pênaltis e decidiu o jogo, pegando a cobrança do pênalti batido pelo Luis Fabiano, que não negou a sua fama de pipoqueiro. 

E como é bom saborear o doce sabor da vitória nesse final de domingo. 

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SÃO PAULO 0 (3) X (4) 0 CORINTHIANS
Local: Morumbi, em São Paulo (SP)
Data/Hora: 5/5/2013 - 16h
Árbitro: Antônio Rogério Batista do Prado (SP)
Assistentes: 
Anderson José de Moraes Coelho e Rogério Pavanelli Lanutto
Renda/Público: R$ 973.500 / 29.475 presentes
Cartões Amarelos: Rafael Toloi (SAO); Romarinho, Alessandro e Emerson (COR)
Cartões Vermelhos: -
GOLS: -
Pênaltis: Rogério Ceni (1-0); Douglas (1-1); Rafael Toloi (2-1); Romarinho (2-2); Ganso (2-2); Fábio Santos (2-3); Jadson (3-3); Alessandro (3-3); Luis Fabiano (3-3); Pato (3-4)

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Paulo Miranda, Edson Silva, Rafael Toloi e Carleto; Denilson, Wellington, Jadson e Ganso; Osvaldo (Douglas, 12'/1ºT) e Luis Fabiano. Técnico: Ney Franco.

CORINTHIANS: Cássio; Alessandro, Gil, Paulo André e Fábio Santos; Paulinho, Ralf, Emerson (Douglas, 37'/2ºT), Romarinho e Danilo; Guerrero (Pato, 19'/2ºT). Técnico: Tite.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

A FIEL FEZ FALTA NA BOMBONERA


CLUBE ATLÉTICO BOCA JUNIORS 1 X 0 SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA, QUARTA-FEIRA, 1º DE MAIO DE 2013, ESTÁDIO DA BOMBONERA, COPA LIBERTADORES 2013, OITAVAS DE FINAL.


POR MOISÉS BASÍLIO

Infelizmente a Fiel não pode estar presente na Bombonera. Nosso maior desfalque para a partida de ida, das oitavas de final, contra os "bosteros". Em campo o time sentiu, e muito, a falta da energia e vibração de seus torcedores.

O jogo começou muito disputado e o pau comeu solto dos dois lados, como manda a tradição entre argentinos e brasileiros. O desenho tático corinthiano foi ousado para o padrão Tite, pois entrou com três atacantes de ofício - Romarinho, Emerson Sheik e Paolo Guerrero. Preferiu o lépido Romarinho ao marcador contumaz Jorge Henrique. O restante do time manteve o mesmo desenho. 

Em campo, do lado do adversário, pouco futebol e muito da catimba portenha. Foi um primeiro tempo muito tenso e com poucas oportunidade de gols. Senti o time Alvinegro do Parque seguro nessa etapa da partida.

O segundo tempo teve início e logo o experiente e tarimbado Danilo, por contusão, teve que ser substituído por Jorge Henrique. Sete minutos depois os bosteros abrem o placar num gol que contou mais com a sorte do que habilidade e intencionalidade dos atacantes platinos. 

Com a saída do Danilo e com a desvantagem no placar o Timão ficou perdido taticamente. Começou a errar passes e se encolheu em campo. Um exemplo dessa perda de concentração em campo foi o lance bobo do goleiro Cassio que arremessou um bola na saída de jogo, com a mão fora da área. O arbitro apontou uma perigosa falta na entrada da grande área. 

Comecei a temer pelo pior, pois o Boca estava mais próximo do segundo gol do que o Timão do empate. A entrada do Alexandre Pato para o ataque ganhar "efetividade" no lugar do Romarinho, embora concordei na hora com a substituição do treinador, na prática piorou ainda mais o time, pois perdemos um bom armador e de nada adianta deixar um atacante sem ter quem arme as jogadas. 

Acho que perdemos esse jogo no meio de campo, mas também pela falta de sorte nas três grandes oportunidades de gols. Com Romarinho batendo bem na bola e no reflexo a excelente defesa de Orión; Com Guerrero num belo chute que pegou na trave e na volta a falta de precisão do Paulinho de frente para o gol. 

Ah, mas cá entre nós, que fez falta a Fiel na Bombonera fez! Principalmente quando pela frente estão os fanáticos bosteiros. Começamos perder aí. 
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FICHA TÉCNICA - Fonte: Sítio AcervoSCCP - http://www.acervosccp.com/201327.htm
BOCA JUNIORS – CORINTHIANS 1-0
COPA LIBERTADORES 2013 – OITAVAS DE FINAL 
DATA: quarta-feira, 01/05/2013
LOCAL: Estádio Alberto J. Armando, Buenos Aires – Argentina
PÚBLICO: não disponível 
RENDA BRUTA: não disponível 
RENDA LÍQUIDA: não disponível
DESPESAS: não disponíveis
ÁRBITRO: Enrique Osses (Chile).
ASSISTENTES: Carlos Astroza e Sérgio Roman (ambos do Chile).
GOL: 58’ Blandi.
CARTÃO AMARELO: Bravo, Burdisso, Erbes, Erviti, Ledesma, Marín e Somoza; Emerson, Paolo Guerrero e Paulo André.
CARTÃO VERMELHO: 84’ Ledesma.


BOCA JUNIORS: Orión; Marin, Caruzzo, Burdisso, Clemente Rodríguez; Erbes (66’ Bravo), Somoza, Erviti (53’ Ledesma), Sánchez Miño; Blandi (88’ Magallán) e Martínez. Técnico: Carlos Bianchi.


CORINTHIANS: Cássio; Alessandro, Gil, Paulo André, Fábio Santos; Ralf (88’ Douglas), Paulinho, Danilo (51’ Jorge Henrique); Romarinho (73’ Alexandre Pato), Emerson; Paolo Guerrero. Técnico: Tite.