domingo, 12 de fevereiro de 2017

JOGO HISTÓRICO: TIBIRIÇÁ X RAMALHÃO

SPORT CLUB CORINTHIANS 0 X 2 ESPORTE CLUBE SANTO ANDRÉ, Sábado, 21h00, Campeonato Paulista de Futebol 2017, Arena Corinthians.

Por Moisés Basílio

Ao que parece os problemas de 2016 continuam, e de forma acentuada, nesse início de temporada. A vitória contra o São Bento na primeira rodada do Paulistão, seguida pela vitória contra a Caldense pela Copa do Brasil, ambas por 1 a 0 e fora de casa, foram fogo de palha. O elenco corinthiano não é bom para os patrões de um time que sempre luta para ser campeão em todas as competições que disputa.

Sempre resta a esperança de acontecer o acaso e o time se acertar no meio do caminho. Mas, assistindo ao jogo na Arena nesta noite de sábado contra o Ramalhão a certeza é que os corinthianos sofrerão muito em 2017.

Conta a história que João Ramalho era um degredado português que foi deixado no litoral da baixada santista no início da exploração colonial portuguesa no século XVI e fez sua moradia no ABC paulista na região entre Santo André e São Bernardo do Campo. Ramalho depois de subir a serra fez amizade com o cacique Tibiriça, cuja a aldeia se situava na região do Tatuapé, sede corinthiana e foi e extrema importância para os jesuítas e à coroa portuguesa na colonização paulista. Casou-se então a filha do cacique Tibiriça, Mbicy (Bartilha em português), deixou de ser degrado pelos serviços prestados ao rei português, e teve uma longa descendência de paulistas quatrocentões. Herdou do rei português uma sesmaria que englobaria todo a atual região do ABC e boa parte da zona leste paulistana. 

Dados os fatos histórico, Corinthians x Santo André realizaram um jogo provavelmente dentro dos limites da sesmaria de João Ramalho. Embora Itaquera já fosse uma zona de limítrofe com outro povo indígena, os ferozes guaianazes. 

Mas, vamos ao jogo: Diante de um adversário fraco o time do Corinthians não teve qualidade técnica para ganhar o jogo. Erros e mais erros da equipe Alvinegra deram ao Ramalhão a vitória. No primeiro gol andreense os zagueiro bateram cabeça numa cobrança de falta, o que permitiu o passe dentro da pequena área para o atacante Edmilson executar o gol. Já no segundo gol, o goleiro Zé Carlos dá um chutão de área, o volante Gabriel cabeceia para trás, o lateral Fagner que tinha vantagem no lance vai de forma despretensiosa para o lance e perde a dividia para o atacante Deivid, que chega até a linha de fundo e cruza para o centroavante Claudinho, sem a marcação dos zagueiros, novamente marcar o tento.

Erro técnico também do Jô na falta de habilidade na cobrança de pênalti. Diante de uma adversário que veio fechado, para jogar por uma bola do jogo, e conseguiu duas, o time corinthiano foi voluntarioso, entretanto sem criatividade. Fez o que as "torcidas organizadas e desorganizadas" gostam, jogou com a tal "raça" e com o "coração", porém só com isso não se ganha nenhum jogo. E a própria torcida que se esgoela cantando esse grito de guerra vaiou os jogadores ao final dessa partida.

Os cantos ou gritos de guerra são comuns nos campos de futebol e remetem à analogia entre o esporte e o combate militar. Essa ideia de ser um time que joga com "raça" e com o "coração" já foi criticada pelo Sócrates quando chegou ao Corinthians e foi motivo de conflito entre Doutor e a Fiel. Não que a emoção e a entrega devam ser deixadas de lado, mas futebol se joga com tática, técnica e habilidade e vence quem for melhor nesses quesitos.

Por exemplo, no jogo retratado nesta crônica o Corinthians do técnico Carille jogou com mais vibração que o time do Santo André, teve maior posse de bola, mas perdeu tática e tecnicamente do adversário, porque seus jogadores, por falta de sorte ou habilidade, não transformaram o domínio tático em gols. Já o Ramalhão armado pelo tagarela Toninho Cecílio veio com uma tática de jogar fechado e aproveitar alguma oportunidade de contra-ataque e conseguiu ser efetivo em sua proposta e por isso ganhou o jogo, mesmo com um time inferior.
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Fonte: Internet, sítio Meu Timão, acessado em 12/02/2017, https://www.meutimao.com.br/jogo/11-02-2017/paulista_2017/corinthians-0-x-2-santo_andre

FICHA TÉCNICA




Campeonato:Paulista 2017
Local: Arena Corinthians, em São Paulo (SP)
Data: 11 de fevereiro de 2017, sábado
Horário: 21 horas (de Brasília)
Árbitro: Salim Fende Chavez (SP)
Assistentes: Daniel Paulo Ziolli (SP) e Alberto Poletto Masseira (SP)
Gol: Edmilson e Claudinho (Santo André)
Cartões amarelos: Eduardo Ramos e Cicinho (Sando André); Rodriguinho (Corinthians)
Publico pagante: 18.046; Imprensa: 225; Publico total: 18.271
Renda: R$ 798.997,30
CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Moisés (Ángel Romero); Gabriel, Marquinhos Gabriel, Fellipe Bastos (Guilherme), Rodriguinho e Marlone (Kazim); Jô
Técnico: Fábio Carille
SANTO ANDRÉ: Zé Carlos; Cicinho, Leonardo, Reniê e Paulinho (Diogo Orlando); Baraka, Dudu Vieira, Deivid e Eduardo Ramos; Fernando Neto e Edmilson (Claudinho)
Técnico: Toninho Cecílio