domingo, 23 de dezembro de 2012

VAI CORINTHIANS: “EX SPE IN SPEM" (DE ESPERANÇA EM ESPERANÇA)

S. C. Corinthians Paulista 1 x 0 Chelsea F.C. 16/12/2012 - Yokohama - Japão - Mundial de Clubes FIFA 2012

Por Moisés Basílio

             O título dessa crônica é uma singela homenagem ao querido cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, que além de todos os seus predicados é um grande corinthiano. Na véspera do grande jogo, meu amigo Altemeyer teve a boa sorte de visitar o cardeal e brindar seus amigos com detalhes da conversa e a boa notícia que aos 91 anos Dom Paulo goza de boa saúde, lucidez e que iria torcer como sempre para o nosso Timão. Bons presságios para uma véspera de grande decisão.

            Veio-me a mente o lema inscrito no seu brasão de cardeal ao lembrar a trajetória do time do povo até essa final de copa. Esse ciclo de conquistas é antecedido por duas grandes derrotas: O campeonato brasileiro de 2010 para o Fluminense e a desclassificação da Copa Libertadores para o Tolima no início de 2011.

            Mas, o sonho corinthiano não se transformou em esperanças perdidas deixadas nos cantos da vida. A diretoria soube aguentar o repuxo das cobranças dos torcedores apaixonados, fez algumas alterações de rotas, mas manteve o trabalho da comissão técnica. Dois nomes apareceram como líderes desse processo: O presidente Andrés Sanches e o técnico Tite. Um é a corda e o outro a caçamba, digo isso lembrando o velho samba de  Adeiton Alves e Delcio Carvalho imortalizado nas vozes dos Originais do Samba.

            Corda e caçamba, bela figura de linguagem para expressar a união de duas partes para se alcançar algo. A corda é uma palavra que vem das línguas greco-latinas e caçamba vem do africano quimbundo “kisambu” (cesto), que derivou para vaso, balde e outros recipientes.  É a corda que segura o balde que tira a água da cacimba para saciar nossa sede. E nessa trajetória que percorremos até a grande conquista final, a Fiel foi a corda e o time a caçamba. 

            E de esperança em esperança o time mosqueteiro foi trilhando o caminho que o trouxe até o Japão. Primeiro sendo pentacampeão brasileiro em 2011, depois ganhando pela primeira vez a Copa Libertadores da América e finalmente o Sport Club Corinthians Paulista conquista em solo nipônico o bicampeonato da Copa do Mundo de Clubes da FIFA - Japão 2012.
  
           A final foi contra a seleção do Chelsea Football Club. Digo seleção porque esses times da Liga dos Campeões da UEFA (UEFA Champions League –UCL-), pelo poderio econômico compram os melhores jogadores do mundo para formar seus elencos. Como alardearam com razão os cronistas esportivos o elenco dos ingleses, jogador por jogador, era em muito superior ao dos brasileiros. Mas em matéria de futebol mais vale o conjunto, o coletivo, do que as individualidades. Mas, será que o conjunto do time brasileiro seria superior ao conjunto do time inglês? Nessa dúvida residia a esperança de cada corinthiano.

          No ano passado o Santos sabia de antemão que seu elenco e o conjunto do seu time eram inferiores aos do Barcelona. Os santistas depositaram suas esperanças numa terceira possibilidade: A genialidade do craque Neymar. Mas levaram um baile, pois o gênio que saiu da garrafa e acabou com o jogo foi o argentino Messi.

           Quando o árbitro apitou o início da partida é que se pode começar a aferir se o conjunto do time "alvinegro" conseguiria superar as individualidades e o conjunto dos "blues". E conseguiu. Durante os 90 minutos de jogo o Corinthians jogou com seriedade, dentro do sistema tático proposto pelo técnico Tite: Com forte marcação; Valorização da posse de bola; Aproveitamento dos vacilos do adversário para contra-atacar; Respeito ao time adversário, mas sem abaixar a cabeça e jogando de igual para igual; E como sempre, de forma sofrida, conseguindo marcar o gol do título, quase ao final do jogo, numa cabeçada certeira do centroavante peruano Guerrero.

            Méritos novamente ao Tite, que durante o campeonato brasileiro preparou o time para jogar com um centroavante, apostando que o time dessa forma ganharia mais contundência ofensiva. Outra jogada de mestre foi escalar o polivalente e aguerrido Jorge Henrique no lugar do habilidoso, mas sempre lento, Douglas, o que melhorou a marcação do meio de campo, anulando os meias criativos do time londrino.

            Porém, há um detalhe importantíssimo para explicar a vitória: Os milagres do São Cássio! Nosso goleiro pegou tudo e jogou como gente grande. Aquele chute de meia distância do Moses, defendido com as pontas dos dedos foi demais. Já havia sido um monstro durante a campanha da Libertadores, dando segurança ao sistema defensivo e fazendo o grande milagre aos pés do Diego Souza jogo contra o Vasco. Agora, nesse jogo, Cássio matou a pau.

            2012 foi o ano do Sport Club Corinthians Paulista. Axé Timão!

FICHA TÉCNICA (Fonte: Sítio Terra)

16/12/2012 - Yokohama - Mundial de Clubes FIFA 2012



Corinthians 1 x 0 Chelsea

Gol

Corinthians:
 Guerrero, aos 23min do 1º tempo

Corinthians: Cássio; Alessandro, Chicão, Paulo André e Fábio Santos; Ralf e Paulinho; Jorge Henrique, Danilo e Emerson (Wallace); Guerrero (Martínez). Técnico: Tite

Chelsea: Cech; Ivanovic (Azpilicueta), Cahill, David Luiz e Ashley Cole; Ramires e Lampard; Moses (Oscar), Mata e Hazard (Marin); Torres. Técnico: Rafa Benítez

Cartões amarelos

Corinthians: 
Jorge Henrique
Chelsea: David Luiz

Cartão vermelho

Chelsea:
 Cahill

Árbitro
Cuynet Çakir

Local
Nissan Stadium, Yokohama (Japão)

Público
68.275


Em espírito junto com o Timão.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

COMO TORCEDOR DA FIEL ESTOU FELIZ COM O RESULTADO FINAL, COMO APRECIADOR DO BOM E VELHO FUTEBOL ARTE BRASILEIRO, NEM TANTO.


Al Ahly 0x1 Corinthians

12/12Toyota Stadium
Mundial de Clubes FIFA 2012


Por Moisés Basílio

 











 


   Com um belo cruzamento de lado do pé do habilidoso Douglas, o oportunista centroavante Guerrero, que subiu junto com Danilo marcou o gol da vitória.
   
     "Vencer sempre é bom, principalmente na estreia do campeonato, mas o time armado pelo Tite ainda deixa muita a desejar, pois a vitória de hoje se deve mais a São Jorge do que ao futebol jogado pelo esquadrão mosqueteiro."

Assim terminei minha crônica do dia 22 de maio de 2011, dia do jogo de estreia do Corinthians no Campeonato Brasileiro, com vitória de dois a um diante do Grêmio, no Estádio Olímpico, em Porto Alegre. Com um belo cruzamento de lado do pé do habilidoso Douglas, o oportunista centroavante Guerrero marcou o gol da vitória.

Esse jogo foi inicio de um ciclo virtuoso que levou o Timão ao pentacampeonato Brasileiro em 2011, ao título inédito da Libertadores em 2012 e poderá levar também ao bicampeonato Mundial de Clubes da FIFA no próximo domingo. 

Em campo, naquele domingo de 2011, estavam sete jogadores que participaram da partida de hoje no Japão: Alessandro, Chicão, Fabio Santos, Ralf, Paulinho, Jorge Henrique e o meio Douglas que naquele jogo defendeu o time gaúcho e fez o gol do adversário. 

Mas, voltado ao meu comentário final daquele jogo onde a vitória foi creditada a São Jorge e não ao padrão tático do Tite, tenho que reconhecer meu equívoco. São Jorge sempre ajuda, mas o esquema tático do Tite funciona, embora não seja algo que eu goste para o futebol. Ele arma o time para não perder e arma também bem que na maioria das vezes acaba ganhando. 

  Quem arma o time para não perder normalmente pratica um futebol muito pragmático e diminui a beleza plástica do esporte. A ênfase fica na defesa e o ataque funciona em função do sistema defensivo.

O oposto da visão de futebol do Tite é o time do Barcelona. O Barcelona sempre joga para vencer e para isso ao invés de se posicionar na defesa e esperar a hora certa para atacar, procura sempre manter a posse de bola o máximo possível em ritmo de ataque. 

  Já ouvi o Tite dizer que o Barcelona joga desse jeito porque tem jogadores muito habilidosos, diferentes do seus atletas. Não concordo com o Tite, vejo que a questão é de foco ao armar um time: Jogar para ganhar ou jogar para não perder. 

  E no jogo de hoje contra o Al Ahly o Corinthians jogou para não perder e como quase sempre tem acontecido nos últimos tempos acabou ganhando. Como torcedor da Fiel estou feliz com o resultado final, como apreciador do bom e velho futebol arte brasileiro, nem tanto.  

     Um espetáculo à parte foi a presença da Fiel no Japão. Salve Fiel de São Mateus, da nossa querida Zona Leste. 


























FICHA TÉCNICA (Fontes: Sítio Terra e FIFA)
Corinthians 1 x 0 Al Ahly
Gol
Corinthians: Guerrero, aos 29min do 1º tempo
Corinthians: Cássio; Alessandro, Chicão, Paulo André e Fábio Santos; Ralf e Paulinho; Danilo, Douglas (Jorge Henrique) e Emerson (Romarinho); Guerrero (Guilherme Andrade). Técnico: Tite
Al Ahly: Ekramy (El Saoud); Fathi, Gomaa, Nagieb e Shedid; Rabia e Ashour; Soliman, Said (Aboutrika) e Gedo (Meteab); Hamdi. Técnico: Hossam El Badry
Árbitro
Marco Antonio Rodríguez (México)
Local
Toyota Stadium, Toyota (Japão)
Público
31.417

domingo, 9 de dezembro de 2012

FINAL DE CAMPEONATO COM UM JOGO TREINO


São Paulo 3x1 Corinthians
 
02/12 - Pacaembu
Brasileiro Série A 2012


Por Moisés Basílio

Hoje assisti ao jogo do Timão num dos bares do Parque São Jorge, sorvendo uma cerveja e degustando alguns churrasquinhos. Antes do jogo aproveitei para manter a forma no parque aquático do Corinthians. 

Quanta despreocupação. Há um ano estávamos todos ansiosos para o último jogo do campeonato, pois bastava um empate para sermos campeões. E também estávamos tristes, pois na madrugada daquele primeiro domingo de dezembro o doutor Sócrates nos deixara. Hoje só alegria e fazer mais um treino de preparação para o Campeonato Mundial de Clubes no Japão.

O Ney Franco arriscou e se deu bem, pois resolveu por em campo um time reserva e preservar seu time titular para o jogo da Copa Sul-americana de quarta-feira. 

Correu o risco de levar "um sapeca-iaiá", expressão que o cronista esportivo carioca PC Vasconcelos popularizou. E logo aos 13 minutos o centroavante Guerreiro abriu o marcador. Meus pressentimentos de uma goleada estavam se confirmando.

Porém os deuses do futebol sempre pregam suas peças. O time reserva Tricolor tomou gosto pela partida e o time titular Alvinegro jogava em ritmo de treino. Com isso, ainda no primeiro tempo o adversário consegue virar o placar e garantir o resultado com a ajuda do juiz ladrão.

No segundo tempo o jogo continuou no mesmo diapasão. Jogo treino para os corinthianos e jogo de verdade para os reservas são-paulinos. 

Agora, ao Mundial do Japão. Axé!

Ficha técnica (Fontes: Sítio da CBF e Terra)
SÃO PAULO 3 x 1 CORINTHIANS
Gols
SÃO PAULO:
Douglas, aos 14min, Maicon, aos 23min do primeiro tempo, e Maicon, aos 32min do segundo tempo
CORINTHIANS:
Guerrero, aos 13min do primeiro tempo
SÃO PAULO: Denis; Lucas Farias (Cañete), João Filipe, Edson Silva e Henrique Miranda (Ademílson); Casemiro, Maicon (João Schmidt), Douglas, Cícero e PH Ganso; Willian José
Treinador: Ney Franco
CORINTHIANS: Cássio; Alessandro (Martínez), Chicão, Wallace e Fábio Santos; Paulinho e Ralf; Danilo (Edenílson), Douglas e Emerson; Guerrero (Jorge Henrique)
Treinador: Tite
Cartões amarelos
SÃO PAULO: Douglas, Edson Silva, Maicon
CORINTHIANS: Douglas e Emerson

Cartões vermelhos
SÃO PAULO: 
Willian José
CORINTHIANS: Jorge Henrique

Árbitro
Rodrigo Braghetto (SP)
Local
Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)