quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

TORCIDA ORGANIZADA, TIME DESORGANIZADO E ABERTURA DA TEMPORADA DE DISPUTA ELEITORAL NO CORINTHIANS

Sport Club Corinthians Paulista 0 x 2 Bragantino Atlético Clube, Quarta-feria, 05/02/2014, Estádio do Pacaembu, São Paulo, SP, Campeonato Paulista de 2014, Sexta Rodada.

Por Moisés Basílio 

Um cenário distinto ao entrar no Pacaembu nessa quarta-feira, em noite de muito calor. Estádio vazio para os patrões Alvinegro. Tobogã vazio; gatos pingados nas numeradas; e os torcedores organizados concentrados nas arquibancadas amarelas e verdes. 

Começa o jogo e a sempre vibrante torcida Gaviões da Fiel, em seu cantinho da arquibancada amarela, pela primeira vez, está calada e sentada. E assim permanecerá, junto com outras torcidas organizadas do Timão durante 40 minutos para se manifestar. Durante esse períodos dois conflitos de pequenas proporções são contidos pela Polícia Militar quando torcedores próximos à Gaviões, cantam os tradicionais cantos corinthianos e irritam alguns torcedor organizados que partem para a briga. 

Ao meu lado, na arquibancada verde, um grupo de corinthianos desorganizados a plenos pulmões entoam incessantemente os cantos das torcidas organizadas em favor do Timão. Querem mostrar a todo custo que o time não prescinde do apoio dos torcedores organizados. Aos 40 minutos do primeiro tempo as Organizadas param o protestos e incendiam o vazio estádio com seus gritos e cantos de guerra.  

Sinceramente, eu que sempre fui torcedor desorganizados por principio, mas que também não tenho nada contra quem é organizado, vejo que as torcidas organizadas estão trilhando um beco sem saída ao tentarem impor pela força uma linha de conduta, baseada em suas convicções, ao conjunto dos torcedores corinthianos. Quem torcer de forma organizada, que torçam! Mas, não encham meu saco e nem me obriguem a ser como vocês. 

Em campo um time corinthiano desorganizado e dando mostrar de que ainda está abalado com os acontecimentos violentos do último sábado. O time até que se esforçou, mas parou na sorte e no "ferrolho" da defesa do time da terra da linguiça.

Do lado do time de Bragança Paulista, um time disciplinado e com um patrão tático definido para jogar fora de casa. Fechadinho na defesa e que conseguiu encaixar alguns bons contra-golpes. Enquanto o Timão tinha mais posse de bolas, o Bragantino teve mais efetividade nas jogadas decisivas e anotou dois gols.

No Timão a estreia da jovem revelação da Copinha Zé Paulo, que teve um desempenho discreto. A dupla de zaga reserva, Felipe e Cleber, acabou entregando o ouro para o bandido. E surpresa do Professor Pardal Mano: Substituição do Ralf. Isso foi como enterro de anão, pois nunca ninguém viu. 

No finalzinho, a Gaviões em peso entoou um canto de desrespeito aos atletas Corinthianos. Triste cena, ver nossos torcedores ofendendo ídolos como Emerson Sheik, autor dos dois gols do Timão na conquista da Libertadores 2014. Em coro assim gritavam os torcedores ingratos:

"Sheik, o caralho,
 Entra em campo 
 E honra o seu salário"

Ou então, ironizando o movimento de greve lançado pelo Bom Senso F.C. e pelo Sindicato dos Atletas:

"Greve, o caralho,
Entra em campo
E honra os seu salário"

Mas, não sejamos ingênuos. Se por um lado o time realmente não está jogando bem, por outro as vaias e a hostilização sistemática para alguns jogadores do elenco faz nos pensar que de certo modo a disputa eleitoral para montagem da nova diretoria do clube e a escolha do presidente já estão na rua.  Além da oposição, um racha da atual situação promete deixar quente a disputa eleitoral em 2015. 

Enfim a noite termina e sigo para casa com a dor da derrota, mas com esperança de que ainda iremos virar esse jogo.
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CORINTHIANS – BRAGANTINO 0-2
CAMPEONATO PAULISTA 2014 – 6ª RODADA
DATA: domingo, 05/02/2014
LOCAL: Estádio Paulo Machado de Carvalho, São Paulo, São Paulo – Brasil
PÚBLICO: 10.504 presentes (10.094 pagantes + 410 não pagantes)
RENDA BRUTA: R$ 267.267,50
RENDA LÍQUIDA: não disponível
DESPESAS: não disponíveis
ÁRBITRO: Guilherme Ceretta de Lima.
ASSISTENTES: Miguel Cataneo Ribeiro da Costa e Gustavo Rodrigues de Oliveira.
GOLS: 25’ Felipe (c), 39’ Tássio. 
CARTÃO AMARELO: Guilherme; Léo Jaime.
CARTÃO VERMELHO: 72’ Francesco. 
CORINTHIANS: Walter; Fágner, Felipe, Cléber, Uendel (68’ Jocinei); Ralf (66’ Emerson), Guilherme, Luis Ramírez, Zé Paulo (79’ Danilo); Romarinho e Paolo Guerrero. Técnico: Mano Menezes.
BRAGANTINO: Rafael Defendi; Guilherme, André Astorga, Alexandre; Geandro, Francesco, Gustavo, Magno Cruz (76’ Mateus), Léo Jaime (60’ Elias); Cesinha e Tássio (87’ Alex). Técnico: Marcelo Veiga.

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Anexo 1 - Fonte: Sitio Gaviões da Fiel - http://www.gavioes.com.br/noticia/nota_oficial_-_protesto_pacaembu_quarta_05-02_543

Nota Oficial - Protesto Pacaembu (Quarta 05/02)



Diante da urgência em decorrência dos últimos acontecimentos, decidimos organizar um protesto pacifico e, que posteriormente seria destorcido e até mesmo utilizado perversamente contra nós. Mas não esperávamos uma repercussão sensata, a perseguição faz parte dos nossos 44 anos de existência em prol do grande Corinthians; mas não subestimem a insatisfação de quem tem na lida os calos do povo sofrido.

Decidimos que um protesto silencioso de apenas 40 minutos representaria muito bem a falta que faz uma organizada nas arquibancadas, assim como faz falta a presença de todo Corinthiano organizado ou não. E não apenas representou a falta que nossa presença vigorosa faz, como também, a quebra de um espetáculo que já se deprime dentro das quatro linhas no gramado e, o nosso repudio ao ligarem a nossa imagem apenas a questão da violência que é generalizada em nosso país. O nosso silêncio perturbador confundia aqueles que nos observavam, e quando nos levantamos aos 40 minutos do primeiro tempo foi notória a falta que fazíamos, o velho Pacaembu sentia novamente o abraço caloroso das torcidas organizadas. E se viu nas arquibancadas o vigor de quem ama o clube, diferenciado do time apático e sem vontade dentro de campo.

Talvez alguns casos isolados que aderiram ao protesto, também não absorveram a nossa critica, pois se sentiram incomodados com a posição de uma parcela da torcida que estava na arquibancada para demonstrar que eram eles os torcedores de bem que a imprensa sugere para um futebol elitizado. A nossa diretoria a todo o momento orientou que não oprimissem o direito legitimo de qualquer torcedor se manifestar e, da nossa parte não houve qualquer repressão como noticiam falaciosamente.

Foi também uma vitória para nosso protesto silencioso ouvir o torcedor não organizado entoando por alguns minutos os cânticos de nossa autoria, os mesmos cânticos que viram produtos de marketing do próprio clube e, que a mesma imprensa, que nos agride, também se utiliza em suas chamadas como referencia da torcida Corinthiana, muitas vezes se utilizando da nossa imagem enquanto as legendam. Mas lamentamos profundamente que estes mesmos torcedores que diziam nunca abandonar o Corinthians, foram os mesmos que ainda faltando 20 minutos para o termino da partida já se retiravam do estádio do Pacaembu com um sentimento de vergonha que não condiz com as nossas raízes de operários insatisfeitos;  enquanto as organizadas permaneciam de pé a plenos pulmões. Não somos mais ou menos Corinthianos e, não aceitaremos que criem diferenças entre nós Corinthianos, como já fazem separando as arquibancadas com cercas e grades.

Por falar em operários insatisfeitos, é uma das poucas vezes que acompanhamos a mesma imprensa reacionária justificando a causa de uma greve. Greve nunca foi algo visto com bons olhos pela imprensa sensacionalista, muito pelo contrário, a greve, o protesto, a insatisfação sempre foi algo que molestou a mesma imprensa.

Quanto ao elenco, gostaríamos de apoiar uma greve do bom senso, assim como recebemos o bom senso em nossa sede, e achamos legitima certas reivindicações. Mas por que só agora a urgência de tal greve? Por que não a greve em favor de um futebol com menos corrupção?

Está faltando ao elenco que justifiquem os milionários salários que recebem: jogar bola!

Por fim, quem nos compreenderá? Não a imprensa sensacionalista! A mesma que abdicou da verdade, que se tornou uma grande maquina lobista de interesses escusos.

Frase de Malcom X: Se você não cuidar, os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo.

Em contra partida uma frase criada pelo retrógrado dizia: Não me representa. Sem pedir licença nós também a usaremos nesta nota: Não nos representa!

Não nos representa a retórica da omissão, disseminada pelo pensamento oficial dos canalhas. Não é menos verdade que a idéia do cidadão de bem, o torcedor de bem e, do protesto de bem caia no engodo de quem quer tomar as rédeas de uma insatisfação para domesticá-la, até que por fim a elimine por completo. 

A imprensa sensacionalista incessantemente questiona o interesse de nossas reivindicações e, nos calunia com suposições falaciosas e tendenciosas que levam seu publico a pensar que agimos de acordo com interesses obscuros. Porém, também nos questionamos, sob qual interesse a mesma imprensa, que não é neutra, está trabalhando...

É inadmissível que num país onde se prega a democracia tenhamos uma imprensa demagoga, que noticia seu poderio sem qualquer controle social, esmagando tudo a sua frente com a arrogância da tirania, que nos remete a ditadura da informação. 

Nós somos os Gaviões, em prol do grande Corinthians.

“O Corinthians é o time do povo. E é o povo quem vai fazer o time.” (Miguel Bataglia, 1º Presidente do Corinthians)


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Fonte: Sítio Petição Pública - http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=respeitemcorinthians

O CORINTHIANS MERECE RESPEITO!

Para: Sport Club Corinthians Paulista, na pessoa do Presidente Mário Gobbi Filho

O CORINTHIANS MERECE RESPEITO!

Presidente Mário Gobbi Filho,

Nós somos corinthianos, e nessa condição escrevemos esta carta aberta. Alguns poucos de nós a assinaremos, mas somos muitos mais. Somos o torcedor comum, que não tem outra bandeira a não ser a do Timão.

Temos críticas ao desempenho do time e ao comportamento de alguns atletas, que não têm honrado o manto sagrado com nosso escudo. Muitos aqui não estão satisfeitos com o trabalho da Comissão Técnica, e outros também não aprovam a própria direção do Departamento de Futebol. Nossas críticas refletem opiniões de pessoas livres, que não seguem orientação nem obedecem às ordens de ninguém.
Mas para expressar nossas críticas, nós não utilizamos sinalizadores, muito menos aqueles que provocam tragédias; também não invadimos o campo, nem atiramos objetos para dentro dele. Tampouco invadimos espaços reservados à administração do Clube ou o Centro de Treinamento dos atletas, menos ainda para agredi-los e os funcionários do clube, como fizeram bandidos que se intitulam torcedores, no último dia 1º de fevereiro.

Esses bandidos, aliás, integram os mesmos grupos que têm causado enormes prejuízos financeiros e morais ao Corinthians e a nós todos, torcedores. Falam em democracia, mas a agridem ao não respeitarem as leis do Estado Democrático de Direito. Dizem querer só criticar e protestar, mas fazem uso da ameaça, do constrangimento, da coação e até da agressão física. Covardes, agem sempre sob a proteção do grupo, e depois se dizem vítimas da violência que eles próprios praticaram e/ou provocaram.

Atacam, inclusive por meio de nota oficial, quem repudia os atos de vandalismos a que todos assistimos, perplexos, dizendo que essa repulsa seria a manifestação de preconceito social, porque os vândalos “são pobres”, e os jogadores vítimas das truculências “ganham fortunas”. Como se a boa condição econômica retirasse de alguém o direito à segurança e à integridade física e moral. Como se entre os agressores não houvesse muitos “endinheirados”. Como se os funcionários do CT, também vítimas de agressões e até de furtos de seus pertences, fossem ricos.

Na verdade, esses bandidos não representam os mais de trinta milhões do Bando de Loucos, que são pobres, remediados, ricos, negros, brancos, mestiços, índios, asiáticos, crentes, agnósticos e ateus; constituem, enfim, uma nação multicolor e multifacetada, cuja identidade é o amor incondicional pelo Timão. E que não aceitam a visão preconceituosa de que aos que são pobres só resta apelar para a violência; não aceitam ser confundidos com membros dum bando de criminosos, que não respeitam nada nem ninguém. Nós, os torcedores comuns cuja única bandeira é a do SCCP, queremos, sim, ver respeitado nosso direito de “cornetar” jogadores e dirigentes, mas não admitimos que em nosso nome invadam, depredem, constranjam, ameacem, agridam e ainda furtem até mesmo funcionários do clube.

Por tudo isso, Presidente Mário Gobbi, nós decidimos endereçar a você esta carta, que será também tornada pública. Para pedir que você aja com determinação e coragem na defesa do Sport Club Corinthians Paulista, pondo fim a uma convivência promíscua que, infelizmente, vem sendo mantida entre o Clube e essas organizações que abrigam e protegem criminosos. E para isso, sugerimos a adoção de algumas medidas para impedir que bandidos continuem a manchar o nome do Todo Poderoso Timão:

a) Extinguir a categoria de sócio-torcedor destinada às “torcidas organizadas” do plano Fiel Torcedor;
b) Proibir que esses grupos utilizem o nome, as marcas e o símbolo do Corinthians;
c) Proibir a remessa de ingressos da quota do Corinthians às “torcidas organizadas”, o que se dá, principalmente, nos jogos em que o Timão é visitante, fato que é público e notório;
d) Proibir qualquer outro tipo de auxílio a tais organizações, como custeio de viagens em jogos em que o Corinthians é visitante;
e) Acionar judicialmente os invasores que venham a ser identificados, cobrando deles a reparação material dos danos por causados, não apenas na invasão do CT Joaquim Grava, mas sempre que isso se der;
f) Instaurar processo disciplinar para expulsar do quadro de sócios do Clube aqueles que tenham participado da invasão ao CT ou de brigas em estádios;
g) Auxiliar ativamente a Polícia e o Ministério Público na apuração dos crimes já perpetrados no último dia 1º e nos que vierem a ser cometidos contra o Corinthians, seus atletas e demais funcionários.

Há pouco mais de 2 anos, nós comemorávamos o título do pentacampeonato do Brasileirão; seis meses depois, vivemos o momento mágico da conquista da Libertadores, e em outros seis meses, veio o 2º Mundial. Não faz o menor sentido que, agora, vejamos o nosso Corinthians de volta às páginas policiais, sem que a direção do Clube cumpra o seu dever de respeitar e fazer respeitar o Campeão dos Campeões. Ainda mais sendo você um Delegado de Polícia, e, portanto, profissional que não pode transigir com o crime, mas que deve, ao contrário, combatê-lo!

Afinal, aqui é Corinthians!

E respeito é bom, e nós não apenas gostamos, mas exigimos! 

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