segunda-feira, 11 de julho de 2016

MANTENDO 100% DE APROVEITAMENTO NA ARENA CONDÁ

Associação Chapecoense de Futebol 0 x 2 Sport Club Corinthians Paulista

Por Moisés Basílio


Foto Raquel Heidrich, 2009, Diário do Oeste, Chapecó.

    O time corinthiano se deslocou para o oeste catarinense, localidade de tradição gauchesca, herdeira de um longínquo passado de herança ameríndia, destruído pelo projeto colonial português, e de um passado presente forjado na imigração de povos europeus, principalmente alemães e italianos, que constituíram o que historiadores costumam classificar como colonização por povoamento. 

     Arena Condá é o nome do campo de futebol da cidade de Chapecó e evoca o passado mítico do território, habitado originalmente pelo povo Kaingang antes da chegada da colonização portuguesa. Assim também a toponímia  Chapecó tem sua raiz na língua nativa ameríndia. Da cultura e tradição nativa pouco sobrou depois de séculos de colonização portuguesa e do desenvolvimento capitalista promovido pelo estado brasileiro, hoje materializado no mega polo agroindustrial "fast food" local. 

     Como será que se sentem os jogadores do time paulista quando se deslocam para jogar em uma cidade tão singular como Chapecó? Será que são meros autômatos do esporte que desembarcam no aeroporto, seguem para o hotel e depois para o campo da peleja e em seguida fazem o caminho de volta sem qualquer envolvimento com a cultura local? Será que nos momentos de descanso e desconcentração que antecedem ao prélio não leem nada sobre o lugarejo onde se encontram? Não perguntam aos serviçais sobre aspectos da cultura local?

     Talvez sim, talvez não. Quiça seja eu que invejo aos jogadores que podem viajar pelo vasto mundo para cumprirem suas obrigações profissionais e ao mesmo tempo usufruírem das experiências do contato com a ampla diversidade das culturas dos vários povos para onde viajam. Se não o fazem, não sabem o que perdem. Grandes jogadores como Tostão, Paulo Cesar Caju e Sócrates  citam em seus relatos de vida a importância que  para eles tiveram essas vivências extra campo como enriquecimento e crescimento pessoal. 

     Em campo o time do Corinthians enfrentou um time da Chapecoense que quase não perde em seus domínio. O primeiro tempo foi pareio, com o time local tendo boas oportunidades para sair à frente no placar. Diferente dos últimos jogos gostei da disposição tática proposta pelo técnico Cristóvão Borges e seguida pelos jogadores no primeiro tempo. Souberam dosar ataque e defesa, com um bom toque de bola, sem se apavorar jogando em terra alheia, frente aos apupos da torcida adversária. Triste foi a contusão que tirou de campo o zagueiro Pedro Henrique no início de jogo. A jovem revelação das categorias de base do Parque São Jorge vinha atuando com segurança e exibindo um bom futebol e se mantendo como titular. 

     No segundo tempo o volume de jogo do Corinthians cresceu e a consequência foram os três gols marcados, sendo que o primeiro, do zagueiro Balbuena de cabeça, foi anulado equivocadamente pelo marcação de impedimento pelo bandeirinha mal colocado. 

     Ao final os três pontos manteve o tabu de vitórias Corinthians contra o time da casa no Brasileirão, que pelo terceiro ano consecutivo ganha da Chapecoense na Arena Condá.  
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FICHA TÉCNICA



Campeonato:Brasileirão 2016
Local: Arena Condá, em Chapecó (SC)
Data: 9 de julho de 2016, sábado
Horário: 16h30 (de Brasília)
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG)
Assistentes: Pablo Almeida da Costa e Celso Luiz da Silva (ambos de MG)
Público: 11.615 pagantes
Renda: R$ 380.345,00
Cartões amarelos: Thiego (Chapecoense); Luciano (Corinthians)
Cartão vermelho: Thiego (Chapecoense)
Gols: CORINTHIANS: Rodriguinho, aos 15, e Marquinhos Gabriel, aos 47 minutos do segundo tempo
CHAPECOENSE: Marcelo Boeck; Gimenez, Demerson, Thiego e Denner; Sérgio Manoel, Gil (Martinuccio) e Cleber Santana; Silvinho (Arthur Maia), Bruno Rangel (Kempes) e Ananias
Técnico: Caio Júnior
CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Pedro Henrique (Yago), Balbuena e Uendel; Bruno Henrique, Rodriguinho, Romero, Giovanni Augusto (Guilherme) e Marquinhos Gabriel; Luciano (Danilo)
Técnico: Cristóvão Borges

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