quinta-feira, 16 de outubro de 2014

E DEU BODE NO PALCO DAS TRAGÉDIA DO MINEIRÃO

Clube Atlético Mineiro 4 x 1 Sport Club Corinthians Paulista, Quarta-feira, 15/10/14, Estádio do Mineirão, Belo Horizonte, MG, Copa do Brasil, Quartas de finais, Jogo de Volta.

Por Moisés Basílio

A etimologia da palavra tragédia remonta aos gregos antigos. O termo vem do grego "tragöida", que mistura os termos "trágos" (bode), com "oidé" (canção). No ritual dedicado a Dionísio os antigos gregos cantavam enquanto imolavam um bode. O termo também é usado para um gênero literário onde o final da história sempre acaba em catástrofe, desgraça ou infortúnio.

O Corinthians começou bem o jogo com ares de quem iria ter uma boa sorte. O artilheiro Guerrero abriu o placar logo no início da partida e aumentou a vantagem de dois gols conquistada em Itaquera. Agora o Atlético seria obriga a fazer quatro gols se quisesse garantir a classificação. A alegria da comemoração do tento corinthiano escondia o primeiro ato da tragédia, pois este gol encolheu as garras do Gavião e deu asas ao Galo.

Enquanto dois jogadores mosqueteiros, Cássio e Guerreiro, se esmeravam em campo, os outros nove atlétas se curvavam em grotescos erros técnicos no trato com a bola, em mau posicionamento tático, e acabrunhados viram os jogadores do Galo se imporem no jogo e heroicamente conquistarem a classificação.

Duas imagens me marcaram nesta tragédia Alvinegra. No último lance do jogo o goleiro Cássio atravessa o campo e vai tentar fazer o gol da classificação na cobrança do escanteio. O Atlético consegue a posse da bola, mas o Cássio ao invés de correr de volta ao seu gol, desanimado vem andando a passos lentos enquanto o adversário chuta do meio de campo, e só não faz o gol porque o lateral Fagner em desabalada carreira consegue chegar a tempo de desviar a bola de cabeça. E a outra imagem foi a saída de campo do atacante Guerrero, em prantos, emocionado não conseguiu falar com a imprensa.

No ritual dionisíaco do Mineirão, palco da tragédia dos sete a um da Seleção do Filipão, o bode imolado da vez, ao canto dos torcedores atleticanos, foi o Corinthians. Se no sábado passado a derrota para o Botafogo já decretara o fim da participação do time no Campeonato Brasileiro, a desclassificação na Copa do Brasil significa o fim da temporada oficial para o Timão.

Agora são mais dez amistosos pelo Campeonato Brasileiro até o final do ano, recheado de choro, crise e ranger de dentes, além das perdas financeiras ao não participar das finais da Copa do Brasil. E a tragédia parece que ainda não chegou ao fim, pois do jeito que as coisas andam, nas próximas rodadas perder para o Internacional em Porto Alegre, para o Palmeiras no Pacaembu e para o Vitória na Arena Pantanal não é nada impossível. E assim, ao retornar para jogar na Arena Corinthians, contra o Coritiba no dia dois de novembro, o tempo pode esquentar.

Meu palpite continua em pé: O Mano será mandado embora no jogo contra o "Parmera".
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Ficha técnica: Fonte: Gazeta Esportiva Net - http://www.gazetaesportiva.net/noticia/2014/10/campeonato-copa-do-brasil/ficha-tecnica-atleticomg-4-x-1-corinthians.html

Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 15 de outubro de 2014, quarta-feira
Horário: 22h (de Brasília)
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS)
Assistentes: Alessandro Rocha de Matos (BA) e Kleber Lucio Gil (SC)
Público: 32.640 pagantes
Renda: R$ 1.704.425,00
Cartões amarelos: Jemerson (Atlético-MG); Guilherme Andrade (Corinthians)
Gols:
Atlético-MG: Luan, aos 23 minutos do primeiro tempo, Guilherme, aos 31 minutos do primeiro tempo, Guilherme, aos 29 minutos do segundo tempo, e Edcarlos, aos 42 minutos do segundo tempo
Corinthians: Guerrero, aos quatro minutos do primeiro tempo

ATLÉTICO-MG: Victor; Marcos Rocha, Edcarlos, Jemerson e Alex Silva; Leandro Donizete (Josué), Dátolo, Luan (Maicosuel) e Guilherme; Diego Tardelli (Marion) e Carlos
Técnico: Levir Culpi

CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Felipe, Anderson Martins e Fábio Santos; Guilherme Andrade (Elias), Bruno Henrique, Petros e Renato Augusto (Danilo); Malcom (Luciano) e Guerrero
Técnico: Mano Menezes

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