sexta-feira, 24 de junho de 2011

CONTRA O TRICOLOR DAS LARANJEIRAS: VITÓRIA CONVINCENTE E A DURA VIDA DO TORCEDOR

Por Moisés Basílio

         Primeiro jogo do Timão pelo campeonato brasileiro 2011 no charmoso Pacaembu e a oportunidade de assistir ao jogo no estádio na companhia do meu filho Pedro. Nesse jogo uma coisa ficou martelando minha cabeça: Como é difícil ir assistir um jogo no estádio. Ou melhor, como o torcedor é maltratado nos estádios brasileiros.
         A minha rotina para ir ao estádio começa com grande antecedência. Na segunda-feira anterior ao jogo entro no sítio do Fiel Torcedor para comprar o ingresso. Para quem não sabe, o Corinthians criou um plano sócio-torcedor onde você paga uma anuidade e tem o direito de comprar com descontos e antecedência, os ingressos para os jogos que ele detém o mando de campo. Meu plano é o mais em conta: Paguei uma anuidade de 100 reais em novembro de 2011 e a cada jogo tenho pago em média 21 reais por um ingresso no setores – arquibancada verde ou tobogã.
         Antes de me tornar um sócio-torcedor a rotina era bem mais puxada, pois os ingressos só são disponibilizados para venda ao público geral depois das vendas para os sócios-torcedores. Se o jogo é no domingo as bilheterias para o público geral abrem na quinta-feira. Se o jogo é importante, na própria quinta-feira os ingressos se esgotam. Para comprar o ingresso tinha que me deslocar para um posto de venda, longe de casa, no meu caso o próprio Parque S. Jorge. No posto de venda enfrentava longas filas e muitas vezes só sobravam os ingressos mais caros, ou nem esses, como no jogo contra o Cruzeiro, no final do ano passado, quando fiquei das 14h00 às 20h00 na fila e não consegui ingresso.
         Chegar ao estádio também não é fácil. São duas as opções: A primeira é ir de carro e a segunda é usar o transporte público. De carro da minha casa –  Sapopemba até o Pacaembu – dá em média 45 minutos, se não chegar em cima da hora. O problema é estacionar, pois tem morrer com 30 reais para o estacionamento em dia de jogos normais e por volta de 50 reais em jogos importantes. No entorno do estádio, além dos estacionamentos estabelecidos, atuam também a máfia dos flanelinhas, que cobram quase igual aos estacionamentos regulamentados para permitir que você estacione na via pública, cobram adiantado e assim que começa o jogo vão embora.
         Agora, de transporte público o tempo para se locomover até o estádio gira em torno de 2h30 à 3h00. Ônibus do Sapopemba até o Metrô. E das estações Clínicas ou Mal. Deodoro, dependendo do jogo, caminhada à pé até o estádio, cerca de 20 a 30 minutos.
         Pronto, cheguei ao estádio do Pacaembu e a luta continua... Uma fila quilométrica para passar na revista policial. Tropa de choque nas proximidades e um grupo mal-humorado de policiais fazem de forma agressiva a revista dos torcedores. O paradigma lombrosiano do século XIX come solto. Eu, por estar de suspensório por baixo da blusa de frio e provavelmente pela cor da cútis, sou minuciosamente revistado. Cito o suspensório, pois o policial cismou com meu adereço. Meu filho, com suas melenas a la rastafári, também é alvo da severa vigilância lombrosiana. Nesse momento a figura que me vem à mente é a da condução de uma manada de gado.
         Dentro do estádio também não há refresco. Os lugares são numerados para inglês ver. Na arquibancada verde do Pacaembu não há cadeiras e você assiste ao jogo com as nádegas no frio cimento ou de pé. Na minha frente dois sujeitos fumavam como uma capivara, um atrás do outro, e fiquei sendo seus sócios passivo. Os banheiros são poucos e estão situados longe da maioria dos assentos, e também estão mal cuidados, uma parte é composta daqueles módulos chamados de sanitários químicos. A alimentação é de péssima qualidade e de altíssimo valor.
         As bilheteiras dos estádios já não são mais, como dantes, o fator importante nas receitas dos clubes, pois foram substituídas pelos contratos milionários da televisão, assim a vida do torcedor que gosta de assistir aos jogos nos estádios está cada vez pior. O Estatuto do Torcedor que foi propagandeado como o grande aliado dos torcedores ainda não saiu do papel. A esperança está na realização da Copa de 2014 no Brasil como forma de mudar o atual padrão de tratamento dos torcedores.
         Quanto ao jogo em si, o Corinthians fez um brilhante primeiro tempo. Marcou em cima e saiu para o jogo, marcando dois gols que liquidou as pretensões da equipe carioca. A primeira jogada saiu pelo setor esquerdo, dos pés do Danilo que acertou um cruzamento na medida para o lépido Willians concluir de cabeça. O segundo gol veio pelo lado direito após boa jogada na da revelação Welder, a bola sobrou para o volante Paulinho que acertou um chute na veia, sendo rebatido pelo goleiro e obrigando a zaga adversária a fazer um pênalti claro em cima do oportunista Liedson. No segundo tempo o Corinthians administrou o resultado. O time se fechou e caiu de produção, mas o fraco time do Flu se perdeu em campo. Méritos para o goleirão Júlio Cesar, que fez brilhantes defesas e mostrou que não quer perder a vaga para o novo contratado Renan, recém chegado de Florianópolis.
        
Números do confronto:
Data: Domingo 12 de junho de 2011.
Corinthians 2 x 0 Fluminense (RJ) – jogo 4de38 do Brasileirão 2001.
90 jogos na história do confronto - 40 jogos no Brasileirão
Corinthians: 33 vitórias na história - 16 vitórias no Brasileirão
Fluminense: 32 vitórias na história – 11 vitória no Brasileirão
Empates: 25 na história – 13 empates no Brasileirão
Fonte: Agência Corinthians, 03/06/2011, Internet:
Curiosidades:
Súmula oficial do jogo :  http://vai.la/27aK
Borderô oficial do jogo:  http://vai.la/27aM
Vídeo dos gols: http://vai.la/27bj
FICHA TÉCNICA – Fontes: Sitio Terra Esportes e CBF
Corinthians 2 x 0 Fluminense
Gols
Corinthians: Willian, aos 6min do primeiro tempo, e aos 30min do primeiro tempo
Corinthians
Júlio César; Welder, Wallace, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo e Jorge Henrique (Cachito Ramírez); Willian (Morais) e Liedson (Emerson)
Técnico: Tite
Fluminense
Ricardo Berna; Gum, Edinho (Souza) e Leandro Euzébio; Mariano, Valencia, Deco (Marquinho), Darío Conca e Julio Cesar; Fred e Tartá (Rafael Moura)
Técnico: Abel Braga
Cartões Amarelos
Corinthians: Danilo e Paulinho
Fluminense: Leandro Euzébio, Souza e Rafael Moura
Público Total
20.777
Público pagante: 18.400
Arrecadação: R$ 575.100,00
Árbitro
Márcio Chagas da Silva (RS)
Auxiliares:
 Júlio Cesar Rodrigues Santos e Marcelo Bertanha Barison.
Local
Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)

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