sábado, 16 de agosto de 2014

O TORMENTO DE JOGAR EM CASA NESTA TEMPORADA

Sport Club Corinthians Paulista 1 x 1 Bahia Esporte Clube, Sábado, 16/08/2014, 21h00, Arena Corinthians, Campeonato Brasileiro 2014, Décima Quinta Rodada.

Por Moisés Basílio

Os trinta mil corinthianos presentes na Arena não acreditaram no que viram. Toda festa armada para a vitória do Timão e só veio um pequeno empate depois de noventa minutos de jogo.

Os trinta mil corinthianos presentes na Arena já experimentaram tamanha sensação na derrota contra o Figueirense, no empate contra o Atlético Paranaense e no empate contra o Botafogo, o que dá o resultado de 9 pontos perdidos em casa. Se somarmos esses 9 pontos ao nossos atuais 28 pontos estaríamos com folga na liderança do campeonato com 37 pontos, com 4 pontos à frente do Cruzeiro que nessa 15ª rodada lidera com 33 pontos. Nesta temporada jogar em casa está se tornando sinônimo de tormento. 

O conjunto do time Alvinegro não jogou bem diante do aplicado escrete baiano, comandado pelo estrategista Gilson Kleina, que sempre dá sorte contra o Corinthians, desde os tempo em que treinou a Ponte Preta. Embora o Corinthians apresentasse um volume maior de jogo, o time do Bahia não se intimidou na Arena e foi para cima e se tivesse ganho não seria nenhuma surpresa, principalmente no primeiro tempo. 

O destaque corinthiano ficou por conta da boa atuação do avante Guerrero. Jogou fazendo linha de ataque com Romero, caindo pelas laterais e atacando como ponta. E foi num desses ataques que acertou um belo cruzamento na linha de funda da ponta direita na cabeça do zagueiro artilheiro Gil. Também durante o jogo deu belos dribles, chutou e cabeçou perigosamente ao gol, deu passes precisos, enfim teve uma excelente atuação. 

Os outros jogadores do time titular não jogaram bem, mas também não decepcionaram. O problema é que o padrão de jogo do Corinthians é alto, não dá para jogar o básico. Agora, a decepção ficou por conta dos atletas que entraram nas substituições. É o momento de quem entra, mostrar que tem condições de se tornar titular, mas não foi isso o que aconteceu.

Pela ordem, o primeiro a sair foi acabrunhado Petros, que temendo pelo futuro depois da desastrada agressão ao arbitro no jogo contra o Santos, pouco fez em campo. Em seu lugar entrou o Renato Augusto, que infelizmente anda numa péssima fase técnica. Não criou nada no meio campo e nem conseguiu chegar com perigo ao gol adversário. Nem o fundamento passe anda acertando. Carece sequência de jogos, mas para isso temos que torcer para que não se contunda.

O segundo a sair foi o Jadson. Sinceramente não gostei da sua saída, pois é um jogador que a qualquer hora pode dar uma arrancada e resolver a partida. Em seu lugar entrou o Romarinho que também está numa péssima fase. Sua entrada piorou o time, pois nem a esperança que o Jadson dava sobrou com o péssimo futebol do meia atacante. Não consegue mais dar um drible ou um passe certo. Se esconde em campo e fica ciscando com está com a bola. Põe esse garoto para treinar fundamentos.

O terceiro a ser substituído foi o atacante Romero. O Romero ainda está naquele momento de ganhar sequência de jogo. Vamos ser tolerante e dar tempo ao tempo. Em futebol a ansiedade e a precipitação por resultados rápidos sempre induz ao erro. Entre os vários exemplos de boleiros me vem sempre a memória que o famoso e consagrado Ademir da Guia chegou ao Palmeiras no ano de 1961, mas só se consolidou como titular na temporada de 1963. O Luciano que entrou no lugar do Romero, também está nesta categoria de jogador em fase de adaptação. Entrou bem no Campeonato Paulista, mas foi perdendo a mão. Quando ele entrou brinquei com o meu filho Pedro, que assistia ao jogo junto comigo, cantando de improviso uma paródia do samba Cabo Laurindo, do nosso saudoso compositor Wilson Baptista, que teve como interprete original Jorge Veiga e recentemente uma bela interpretação do Chico Buarque, que ficou mais ou menos asssim:

Luciano voltou
Coberto de glória,
Fazendo garboso de cabeça
O gol da vitória.
Oi! Gaviões, Camisa,
Pavilhão, Estopim estão cantando
Para homenagear
O bravo avante Luciano

E quase minha paródia emplaca. No finalzinho o Guerrero fez bela jogada e cruzou para o Luciano dar um cabeçada que foi defendida pelo Lomba.

Faltou falar do técnico Mano Menezes. Não gostei da armação do time jogando só com dois atacantes, contra um time do Bahia que veio retrancado. Armaria o ataque com o Romarinho e Romero jogando pelas pontas e o Guerrero de pivô no meio. Sem contar o estado emocional do Petros, que o Mano insistiu em escalar, mas que teve que tirar pois o garoto se mostrou abalado. E lamentável foi a entrevista coletiva dada pelo Mano ao final da partida. Ficou mais de 3 minutos reclamando da arbitragem. Não vou aqui entrar no mérito da fala do Mano, pois considero que erros e acertos de arbitragem fazem parte do jogo, assim como a chuva, o sol, o gramado, a torcida etc. O que eu analiso como uma pobreza de espírito crítico e falta de profissionalismo é o técnico do time creditar ao arbitro o resultado da partida. Se o Bahia fez um gol impedido (vi várias vezes a repetição do lance pelo vídeo e tenho dúvidas), que o Corinthians faça dois gols e vire o jogo. Mano, como diz o dito popular: Desculpa de aleijado é muleta. 


Creditos: Moisés Basílio Leal
Na 15ª rodada o Corinthians manteve-se na 3ª posição pela segunda rodada consecutiva. Com isso já são seis rodadas que o time mantém-se na 3ª posição, contra respectivamente: três rodadas na 2ª posição; duas rodadas na 8ª posição; e uma rodada nas 1ª, 4ª, 6ª e 10ª posições.


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FICHA TÉCNICA - Fonte Gazeta Esportiva Net: http://www.gazetaesportiva.net/noticia/2014/08/corinthians/ficha-tecnica-corinthians-1-x-1-bahia.html
CORINTHIANS 1 X 1 BAHIA
Local: Arena Corinthians, em São Paulo (SP) 
Data: 16 de agosto de 2014, sábado
Horário: 21 horas (de Brasília)
Público: 30.819 pagantes
Renda: R$ 2.096.556,50
Árbitro: Anderson Daronco (RS) 
Assistentes: José Javel Silveira e José Eduardo Calza (ambos de RS) 
Assistentes adicionais: Jefferson Schmidt (SC) e Francisco de Paula dos Santos Silva Neto (RS)
Cartões amarelos: Ralf (Corinthians); Rafael Miranda, Demerson, Fahel e Léo Gago (Bahia)
Gols: 
CORINTHIANS: Gil, aos 42 minutos do primeiro tempo
BAHIA: Kieza, aos 35 minutos do primeiro tempo
CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Cleber, Gil e Fábio Santos; Ralf, Elias, Petros (Renato Augusto) e Jadson (Romarinho); Romero (Luciano) e Guerrero
Técnico: Mano Menezes
BAHIA: Marcelo Lomba; Railan, Titi, Demerson e Raul; Fahel, Rafael Miranda, Léo Gago e Emanuel Biancucchi (Branquinho); Maxi Biancucchi (William Barbio) e Kieza
Técnico: Gilson Kleina

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